Ano XXVIII - Nº 92
Neste Boletim:
NOITE ESPIRITUAL
Ouvimos à saciedade informações proféticas oriundas de todas as linhas de pensamento, sejam elas de origem cristã ou não.
A situação actual, comparada com o passado, mostra uma certa ebulição da humanidade, como se fosse água em aquecimento rápido. Primeiro surge o borbulhar da água pelo aquecimento e depois atinge o máximo, quando ferve; ou se retira o recipiente do fogo, ou toda a água existente desaparece por evaporação. A humanidade encontra-se nesse estado e todos procuram um escape, lutando para reverter o que está errado e em muitos casos já em estado caótico.
O homem parece que perdeu a luta por melhores dias. Mas o Senhor, Deus e Criador, irá deitar mão e restaurar todas as coisas, pois foi neste planeta que Jesus, Seu Filho e com Ele Uno, encarnou e viveu entre os homens para nos trazer uma eterna redenção.
Mas para que o restauro aconteça, muita coisa ainda irá suceder; o nosso bondoso Pai, usando uma linguagem profética, mostra o que se passará ainda nesta Terra que amamos e está tão doente:
“A Terra, vosso planeta, precisa de sacudir o pó e os lixos que o homem tem feito contra ela. As pedras falarão do mais profundo da terra; e as águas subirão, descerão e queimarão tudo por onde passarem; as nuvens carregadas de electricidade destruirão e devastarão as sementes (…) Começa um tempo de admiração.”
Precisamente este tempo que nos causa admiração (e não precisamos de enumerar as circunstâncias que nos rodeiam) devia, ao invés de nos amedrontar, elevar-nos a esferas espirituais animadoras; pois o conhecimento do futuro promissor para este planeta, deve animar-nos a procurar um tipo de vida mais saudável, a desprezar tantas coisas terrenas a que damos valor em demasia e a buscar, como um dia nos disse o Senhor: “Acumulai o saber antigo e experimentai esse saber.”
Nos centros urbanos, onde a maioria da população vive, temos tudo à mão de semear. Mas quantos de nós saberão fazer pão, se não o houver no supermercado; ou quantos de nós saberão cozinhar, se o gás ou a electricidade falharem?
Creio que até por simples curiosidade deveríamos começar a fazer experiências, pois este “saber antigo”, deveria motivar-nos a analisar qual seria o nosso comportamento perante situações de dificuldade ou carestia.
Não precisamos de grande imaginação para observar o comportamento do nosso semelhante em tais situações; basta olhar através das “janelas” de comunicação e ver o que acontece em tantos países que outrora tinham tudo e hoje estão limitados ao essencial da subsistência.
Mas o nosso bondoso Pai nunca deixará os Seus filhos serem surpreendidos por factos que os venham a prejudicar e que são alheios à sua vontade. Ele sempre os alertará através das revelações do Alto que são avisos dirigidos a ouvidos e corações receptivos: “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.” [1]
Infelizmente a sensibilidade do povo de Deus está se perdendo. O modo de vida de hoje, tão ligado ao materialismo e à satisfação de vaidades desnecessárias, embruteceu o espírito e endureceu a alma, tornando o corpo insensível. Claro que este estado não é inédito do nosso tempo; sempre isso aconteceu e a Escritura está recheada de ensino e alertas vários, mostrando esse estado espiritual de endurecimento. A maioria das pessoas, embora religiosa, limita-se a uma espiritualidade superficial e naturalmente esse estado não se traduz na busca de uma vida de santidade. É dito por Deus: “Porque o Senhor derramou sobre vós, um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes. Pelo que toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não posso, porque está selado. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não sei ler. Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que aprendeu de cor.” [2]
Mas louvemos o nosso Deus, pois Ele é Amor e está derramando sobre a humanidade em profusão o Seu Espírito Santo, levando a que milhares de homens, mulheres e crianças sejam usados através dos dons espirituais, para alertar a todos; para que haja uma verdadeira “revolução” espiritual de poder, como nos foi prometido há séculos atrás e culminará nos dias actuais: “E há-de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões.”[3]
Para não alongarmos a nossa reflexão, saibamos que a ‘Noite Espiritual’ dará lugar ao dia mais radioso que a Terra viu - um Novo Tempo, tão maravilhoso que podemos dizer, sem errar, que o paraíso onde Adão e Eva viveram e infelizmente dele foram afastados pelo pecado, será restaurado em plenitude. Esta garantia nos é dada por Aquele que tudo criou e tudo sabe: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. (…) E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”[4]
Desejaríamos que esta realidade fosse vivida hoje, mas algo ainda tem de ser feito: “A Terra ainda precisa de sacudir o pó e o lixo que o homem tem feito.”
Fraternalmente em Cristo.
Irmão Egídio Silva
[1]Amós 3:7 [2]Isaías 29:10-13 [3] Joel 2:28 [4] Apocalipse 21:1,4
DÁDIVAS DO CÉU
RAZÃO E ÍNDOLE DA VISÃO
«A visão interna (ou visão espiritual) não é um sinal de que a alma é bem evoluída no espírito, mas a visão origina-se numa alma só um pouco mais evoluída ou num degrau um pouco mais elevado. E é uma propriedade do homem que, pela necessidade, vive em grande miséria e completamente afastado do mundo.
Que estas visões não têm nada a ver com a evolução da alma no espírito, é de lembrar-se que até os animais têm visões. Estes em absoluto nada têm de espiritual, mas a sua alma está ali presente para uma evolução futura.
Estais a questionar-vos o que existe de verdadeiro no que se apresenta nas visões? Não vai ser nada difícil explicar este enigma. Quando vós estiverdes mergulhados no mais rigoroso inverno e só virdes neve em todas as direcções, será que não sentireis uma enorme saudade da primavera e do verão? Especialmente se o frio reinasse absoluto mesmo dentro das vossas casas? E a fantasia da vossa alma não começará imediatamente a trabalhar, para vos apresentar a primavera e o verão?
Vede, este pressentimento plásmico é o primeiro degrau para uma visão e tem a sua origem no leve sentimento etéreo que a alma oprimida e aflita considera, ou então espera que seja bom. Se alguém então se aprofunda mais e mais, ele deseja ver passar na sua mente os quadros da primavera e do verão pelos quais tanto anseia, nem que seja durante a noite.
Mas se uma alma for mais oprimida ainda pelas circunstâncias desagradáveis, acontece com ela o mesmo que acontece ao ar quando é extremamente comprimido: Ela se incendeia e sai da esfera corpórea. Pois em cada ambiente visível existem as mesmas reacções e os mesmos movimentos que existem no enorme espaço luminoso. Com a diferença de que os movimentos da luz só podem seguir uma linha recta, como lhes impõe a natureza, mas os anúncios da alma assemelham-se mais às vibrações do som e conseguem movimentar-se numa velocidade etérea em todas as direcções e com todas as curvas imagináveis.
Imaginai, pois, um facto, não importa qual. Sempre há três condições para ele se originar: Uma material, uma anímica e uma espiritual. Em relação à primeira origem, o facto só pode aparecer perante os olhos materiais e numa distância viável para a visão material. Com relação à condição anímica, conseguireis entender facilmente que o facto deve acontecer antes dentro da alma, e antes que ele se manifeste no mundo material. Mas se a alma estiver sem a prisão do corpo, pode apresentar este facto muito antes que ele chegue à objetividade material, devido à velocidade em que a alma se locomove. A alma também pode ver um facto já ultrapassado, da mesma maneira que vós ouvis um eco.
Vou ainda dar-vos três exemplos pequenos da visão anímica.
Uma pessoa que tem o dom da visão vê um cadáver desconhecido passar por ela, mas na verdade a pessoa ainda está com saúde e só morrerá daí a alguns meses. Isto acontece da seguinte maneira: A alma do corpo que vai falecer tem a intuição da sua próxima libertação da carne, especialmente no momento em que ela, ao sair por instantes da sua prisão corpórea, vê claramente o desmoronamento da sua casa. Nesta ocasião ela começa a organizar todas as cerimónias que a passagem exige. Uma outra alma sensível que também se encontra numa situação idêntica àquela que planeia todo o cerimonial (vinculada ao corpo material) vê tudo, pois comunica-se com a primeira. Vede, pois, é desta maneira que são previstos acontecimentos pela alma. E o mesmo acontece aos olhos naturais, ao ver algo que acabou de acontecer.
Um exemplo mais: Uma alma enxerga acontecer algo num local distante. Isto também acontece da mesma maneira. Pois sempre que algo acontece na presença de uma pessoa, seja ela espectadora ou participante, feliz ou infeliz, então não há nada mais simples do que este facto ser absorvido por esta alma e logo, com a sensibilidade da esfera anímica, se projecta a grandes distâncias. E se lá se encontra alguém numa esfera anímica elevada, então ela capta o facto como se fosse uma visão totalmente material (como acontece com as ondas do rádio e televisão).
Como um terceiro exemplo, veremos o seguinte: Quando ainda não aconteceu um facto onde várias pessoas se acidentam. Este tipo de visão é bem mais rara, mas como as outras, realmente acontece. Quando uma alma, por circunstâncias excepcionais, é elevada a uma posição determinada, então o espírito que a habita é desperto, claro que só por alguns momentos. Neste espírito desta pessoa se encontram todos os "factos", tanto os passados como os futuros prováveis. Então a visão pode acontecer; quero dizer, o visionário o vê antes, originário do seu espírito. Esta visão, que até então não foi detectada, passa naturalmente para a sua alma, e quando isto acontece ela se projecta pelas leis por vós já conhecidas. E se alguma pessoa estiver num estado de alma elevada, então ela vê este facto com todos os detalhes que o envolvem, numa forma considerada profética. Esta é a explicação da visão dos factos que acontecerão no futuro.
Vede, agora tudo a respeito das visões está esclarecido e podeis ver que nisto não existe nada de espiritualidade evoluída. A visão do espírito é totalmente diferente da visão da alma. Da mesma maneira que a visão corpórea se comporta em relação à anímica, esta se comporta em relação à espiritual.
E como a visão dos olhos materiais pode ser optimizada por meios físicos (todo o tipo de instrumentos ópticos), a visão anímica também pode ser aperfeiçoada por métodos que naturalmente são inerentes à alma: uma fé poderosa, forte e inabalável, uma vontade firme e o consequente despertar do espírito (só uma minúscula janelinha).
Da mesma maneira, a visão espiritual pode ser elevada ao infinito pelo grande visionário, como este que agora vos fala e lembra estes ensinamentos (o profeta Jakob Lorber). Amém.»
(Texto revelado a Jakob Lorber em 21 de Março de 1841)
EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO
A ESTRELA NOVA COM A NOVA JERUSALÉM.
CONDIÇÕES PARA A VIDA ETERNA.
«Indaga Lázaro: Senhor, eis uma estrela nova, jamais vista! Qual a sua origem?
Respondo: Silêncio, que todos vós ireis conhecê-la.
Em seguida abro, por alguns momentos, a visão de todos e a estrela se apresenta qual mundo cheio de luz; no seu centro está a Nova Jerusalém munida de doze torres, e as muralhas no quadrado se compõem de número de pedras preciosas idênticas aos portais da cidade. Por todos eles entravam e saíam anjos, bem como se viam Moisés, Elias e os demais profetas. Admirados sobremaneira, os judeus começam a louvar-Me por lhes ter concedido a graça desta visão. Faço-os voltarem ao estado normal e eles apenas vêem a estrela luminosa que, pouco a pouco diminuindo, perde-se no Espaço. Nem bem termina esta cena, e quase todos Me indagam o que teria sido aquilo.
Digo Eu: Vistes a Minha Nova Doutrina, trazida dos Céus! É ela a Verdadeira e Nova Jerusalém Celeste, porquanto a antiga de nada mais vale. As doze torres representam as doze tribos de Israel; as doze qualidades de pedras preciosas das muralhas apontam as dez Leis de Moisés, sendo que as primeiras fileiras em diamante e rubi, as duas Leis de Amor: o Amor a Deus e o amor ao próximo. Os anjos a passarem pelas torres significam as inúmeras verdades que serão reveladas aos homens, pelo fiel cumprimento da Minha Doutrina. Os que saem da cidade traduzem a grande Sabedoria da Boa Nova, e os que entram demonstram a maneira pela qual devem as criaturas deixar-se penetrar pelo Meu Verbo de puro Amor em seus corações, e agir de acordo, para deste modo alcançarem o verdadeiro renascimento em espírito, conduzindo-as a toda sabedoria e verdade.
Eis a significação da visão obtida, de certo modo um verdadeiro Sol de Graças para todos os que ouvirem o Meu Verbo; será ele a morada de todos os que crêem em Mim, ajudando ao Meu lado a cuidarem e guiarem tudo o que foi criado no Espaço eterno.
Por ora não o podeis compreender; se permanecerdes na fé em Mim e vivendo dentro dos Meus Ensinamentos, sereis baptizados pelo Espírito Santo à medida de vossa maturação na fé e no amor. Enviá-Lo-ei a todos os que acreditarem em Mim e Naquele que Me enviou a este mundo, como Filho do homem. Pois a Vida Eterna e Real consiste na vossa aceitação do Filho Verdadeiro do Pai Celeste, praticando a Sua doutrina.
Quando vier o Espírito Santo de que vos falei há pouco, penetrando-vos inteiramente, sereis capazes de compreender tudo o que ora assistis, sem assimilá-lo dentro de vossa capacidade natural. A carne não pode conceber o espírito, pois não possui vida a não ser em uma manifestação passageira, surgida da força vital da alma, afim com o espírito; pode-se tornar semelhante a ele pela união, tão logo se afaste inteiramente do mundo, dirigindo os seus sentidos apenas à introspecção espiritual, dentro da ordem e do exemplo demonstrados na Minha doutrina, e pela Minha própria vida. Por isso deve cada um de vós tratar de salvar a sua alma pelo próprio esforço; pois, se no Além cair em julgamento, acaso poderia salvar-se sem recursos, quando em vida, com tantos meios ao seu dispor não se salvou, não reflectindo no que lhe cabe fazer com o seu próprio tesouro, que, uma vez perdido, jamais poderá ser conquistado?
Repito: Cada um deve antes de mais nada salvar a sua alma. Pois no Além a situação será a seguinte: Quem possuir amor, verdade e a justa ordem de Deus em si, receberá imediato acréscimo; quem isto tudo não possuir ou sendo pouca a sua posse, tirar-se-á o dom escasso para que fique isento, desnudo, sem meios e recursos. Quem dele teria pena e procuraria ajudá-lo? Em verdade vos digo: Uma hora aqui vale mais que lá mil anos! Gravai estas palavras no vosso coração; mas por enquanto deve cada um guardá-las para si!»
A APARIÇÃO DE JERUSALÉM, ANTIGA E NOVA
«Ao pronunciar estas palavras, todos vêem o Céu tingido de púrpura e, em solo incandescente, a cidade de Jerusalém, sitiada por soldados romanos, e dos portais flui sangue. Logo em seguida, ela está em chamas e grossas colunas de fumo envolvem o horizonte. De súbito, não se vê mais esta cidade, e sim um montão de escombros. Estes escombros também desaparecem, e no final vislumbra-se um deserto, onde hordas selvagens procuram edificar. Em seguida, desaparece a aparição e de Jerusalém ouvem-se gritos de pavor. Então, Nicodemos opina ter irrompido uma revolta.
Eu o acalmo dizendo: Ainda não; mas daqui a quarenta e cinco anos dar-se-á tal facto no país e aquela cidade será arrasada por não querer aceitar a Graça do Alto. Esperemos o final, depois voltaremos a casa.
Novamente todos observam o firmamento, onde a coluna luminosa vem descendo à terra, porém do lado oposto, quer dizer, no Oeste e com claridade ainda mais intensa. Divide-se em inúmeras partes, as quais formam uma cidade enorme, cujas muralhas consistem em doze espécies de pedras preciosas, emanando brilho multicor por todos os lados. Tem ela igualmente doze portais, por onde afluem inúmeras criaturas de todos os pontos do orbe.
Acima da cidade, no ar, vê-se a seguinte inscrição em hebraico antigo, como se fora feita de rubis e esmeraldas: “Eis a Nova Cidade de Deus, a Nova Jerusalém que descerá um dia, dos Céus, para os homens de corações puros e de boa vontade; lá habitarão com o Senhor para sempre e louvarão o Seu nome.” Tanto a aparição quanto a inscrição celeste são vistas somente por aqueles que se acham Comigo no Monte.
Após terem expressado o seu júbilo e querendo adorar-Me, a aparição desaparece e Eu aconselho todos a adorarem a Deus no silêncio dos seus corações, e não em palavras retumbantes quais fariseus, pois não tinham valor para Ele. Eles então silenciam e se entregam a meditações.
Depois de algum tempo prossigo: Chegou a meia-noite; vamos entrar para tomar algum pão e vinho. Em seguida darei a explicação de tudo.
Após isto feito, Nicodemos analisa os diversos hóspedes no refeitório e percebe os sete templários em companhia dos traficantes de escravos e diz, algo constrangido: Senhor, vejo sacerdotes do Templo àquela mesa e temo a sua denúncia. Como chegaram aqui?
Digo Eu: Quem está Comigo, não tem mais ligação com o Templo. Se bem que foram enviados por ele, a fim de Me observarem, disfarçados – reconheceram a Verdade e abandonaram o sinédrio. Dentro de alguns dias partirão para Roma, em companhia de outros e lá serão tratados; por isso não há motivo para receios.
Diz Nicodemos: Senhor e Mestre, prometeste esclarecer-nos o fenómeno e tomo a liberdade de lembrar-Te.
Digo Eu: Assim farei, mas que ninguém prossiga com indagações quando tiver terminado, e cada um procure meditar em benefício da sua alma.»
O SENHOR EXPLICA O FENÓMENO LUMINOSO
«(O Senhor): As doze colunas de fogo a Leste representam realmente as doze tribos de Israel, e o tronco do centro foi Judá, os laterais, Benjamin e Levi. Através dos vários acontecimentos, os doze se juntaram ao de Judá, e este é representado por Mim, pois vim para unificá-los em Mim como único tronco verdadeiro de Judá, para torná-los unos, assim como Eu e o Pai no Céu somos Um Só, desde eternidades.
As sete colunas são os sete Espíritos de Deus que, ao se reduzirem a três, representam em Benjamin, o Filho, em Levi, o Espírito, e em Judá, o Pai. E vede: Pai, Filho e Espírito Santo se tornaram Um, sempre o foram e sempre serão Um Só. Este Um Sou Eu Mesmo, e quem ouvir o Meu Verbo e o aplicar, estará Comigo e dentro de Mim. Subirá ao Céu, como Eu, e terá a Vida Eterna em Mim. Eis em resumo a significação verdadeira da primeira aparição.
Quanto à segunda, demonstrou o excesso dos pecados horrendos deste povo, que muito embora na claridade do Dia surgido entre ele, prefere caminhar em trevas – e assim fará. Por isto, colherá os frutos das suas acções na época por Mim mencionada, quer dizer, daqui a quarenta ou cinquenta anos; então terá chegado o fim deste povo para todo o sempre.
Digo-vos: Céu e Terra desaparecerão e se tornarão ocos e rotos quais vestes velhas. As Minhas Palavras, porém, cumprir-se-ão para sempre.
Eu Sou o Senhor. Quem se atreverá a discutir Comigo e enfrentar-Me com lanças e espadas? Até isto farão, e o Meu Corpo perecerá na Cruz. Precisamente tal crime completará a sua medida e selará o seu extermínio. A ignorância pretende dominar e matar Deus. Isto será feito dentro em breve, e tal acto criminoso será permitido para positivar um final para todo o sempre. Mas aquilo que para o povo será motivo de aniquilamento, reverterá para a salvação e conquista plena da Vida Eterna.
Não vos impressioneis com esta revelação; pois aquela raça poderá matar o Meu físico, mas não Aquele que em Mim vive, age, cria e ordena eternamente. Não deixarei o Meu Corpo dentro da tumba, pois será despertado no terceiro dia, e assim privarei, até ao fim dos tempos com aqueles que acreditarem em Mim, Me amarem e cumprirem o Meu Verbo. E vós, Meus irmãos, podereis ver e falar-Me como agora, onde caminho na Carne não transfigurada.
Reflectindo a respeito, concluireis ter a segunda aparição motivo importante. Que nenhum de vós diga: Senhor, poderias modificá-la através da Tua omnipotência, pois vos afirmo que estou fazendo o máximo, demonstrado pela Minha Sabedoria eterna e divina; entretanto, de nada adianta ao povo pervertido. Ele é tão teimoso pela própria maldade inacreditável, não havendo poder divino que o salve.
Pensais que Deus possa tudo o que simplesmente quiser! Não resta dúvida. Todavia, não pode agir pela omnipotência, em virtude do livre-arbítrio humano; pois se o enfrentasse com o menor impedimento, o homem se tornaria boneco dirigido pela vontade divina e jamais chegaria a uma determinação própria. Neste caso, não haveria bem-aventurança para a alma.
Precisa o homem estar de posse da sua plena liberdade que lhe trará vantagem por leis externas e obediência individual, no que a omnipotência divina nada pode influir, e por isso terá que permitir tudo o que deseja, inclusive o assassínio da Minha Carne inocente.
E como as criaturas de Jerusalém derrogaram a Lei Divina suplantando-a pelas instituições provindas dos seus interesses mundanos – contrários às Leis que dei a Moisés e aos profetas – e Eu testificando a sua injustiça contra Deus e os homens, odeiam-Me e querem matar-Me a qualquer preço. Ser-lhes-á permitido; com isto a medida dos seus crimes estará completa, dando-se com o povo o que vistes na segunda aparição.
Conjectura Nicodemos: Senhor e Mestre, creio que os fenómenos tenham despertado a consciência dos templários e certamente terão receio de qualquer acto violento. Ouvi pessoalmente a reprimenda popular contra os sacerdotes, por terem eles assassinado a maioria dos profetas, inclusive Zacarias e João. O próprio sumo-sacerdote calou-se e nada disse ao povo, que exigia a devolução das oferendas, consideradas como crime. Além disto, recebeu o Templo, por parte do Governo romano, uma advertência severa em virtude do “jus gladii” (direito da espada), e assim terão perdido a coragem para condenar alguém à morte, sem autorização legal de Roma.
Digo Eu: Não o farão; entretanto, influenciarão o juiz romano de tal forma, apresentando número considerável de testemunhas pagas contra o “Cordeiro”, que no final o juiz fará o que exigirem. Há muitas pessoas que acreditam em Mim e na Minha doutrina; mas o Templo tem grande séquito, embora ignorante, com o qual tudo fará. Prova isto a enorme afluência nas festas do sinédrio. Estas peregrinações testemunham o grande número de ignorantes na Judeia, convictos do agrado de Deus pela obediência ao Templo. Meditando a respeito, encontrareis reduzida garantia pela Minha Vida entre os judeus.»
(O Grande Evangelho de João – VI – 13; VII – 49,50)
A PÉROLA DE GRANDE VALOR
Maria abriu uma pequenina caixa que continha uma jóia delicada que tinha achado na sua infância e que desde então guardava com todo o amor. Ao tocá-la suavemente sorriu, enquanto recuava no tempo…
E como num filme, pela sua mente passou a lembrança dos dias de Verão que passava à beira mar, percorrendo a praia no rebordo demarcado que ficava na areia, formado pelos despojos que cada onda trazia consigo e ao espraiar-se depositava no areal.
Eram dias intermináveis, à procura do melhor dos prémios – um raro e perfeito búzio minúsculo que parecia porcelana delicada, de formato ovalado e ao qual chamavam de “beijinho”.
Encontrar um beijinho era raríssimo e extremamente difícil. Por vezes passavam-se várias épocas estivais até que tal acontecesse; pelo que, quando a sorte lhes bafejava, era fonte de uma alegria imensa.
Era o merecido prémio de toda a perseverança e resiliência dos dias inteiros passados, vergadas na areia sob o sol escaldante, no intuito de obter o tão almejado prémio.
Tendo sido agraciada com tal sorte, guardou-o por toda a vida como algo de precioso, que tinha um significado que os outros não poderiam entender.
Essa menina foi crescendo, e o passar dos anos deixou de ter o encanto da infância. A sua vida tornou-se amarga, colhendo desencanto, tristeza e sofrimento.
Há medida que o tempo passava, mais se isolava e se sentia incompreendida.
Crescer não é fácil. Acarreta muitas responsabilidades e abdicações de si própria para conseguir enfrentá-las.
Refugiou-se na religião, tentando encontrar algo que preenchesse a lacuna que lhe preenchia os dias. Mas os dogmas, a rigidez do sistema estabelecido, a ameaça do fogo do inferno e de um Pai austero e distante tão pouco lhe acalentavam a alma.
Vagueou pelo mundo sem conseguir encontrar o que buscava. Havia um vazio que teimava em persistir, impedindo-a de se sentir em paz.
Até que decidiu buscar Jesus que era o seu amor em menina, guiada pelo espírito que reconhecia existir dentro de si. E começou a sua própria busca, liberta das regras, indiferente àqueles que a consideravam irreverente e rebelde.
Muitos anos se passaram. No processo dessa busca desprezou riquezas fáceis e dinheiros de origem duvidosa. Foi apelidada de utópica e incoerente. Não se importou. Sofreu situações indescritíveis que facilmente poderiam ter sido evitadas se tivesse trilhado uma estrada larga de fácil percurso. Mas como peregrina na busca de outro “beijinho”, como aquele que um dia encontrou na praia, manteve-se focada no que desejava atingir e na forma como o queria encontrar.
Até que um dia sentiu “aquele Amigo” dentro do seu coração, com o qual podia falar à vontade sem julgamentos nem barreiras. Achou por fim o Amor no sentido pleno da palavra, e a partir desse momento, encontrou a felicidade.
Quantos de nós nos revemos na pequenina Maria?
Esta história retrata a busca de muitos, nas nossas lutas e desaires que sofrem para atingir a paz interior que não tem preço, e serem felizes.
Jesus deixou-nos esse ensinamento numa parábola preciosa:
“Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.” (Mateus 13:45,46)
Andamos no mundo e encontramos muitos tipos de pedras. Umas são bocados de granito disforme, outras são pedras semipreciosas ou preciosas em bruto ou polidas, e pérolas raras, de grande valor, que têm uma classificação específica.
Na antiguidade, as pérolas eram sinónimos de nobreza; o expoente máximo e complemento indispensável nas vestes reais.
Deus é o Rei do universo. O Eterno e Supremo Criador.
Não é de admirar pois, que Jesus tenha comparado o reino dos céus a uma pérola de grande valor. Porque é única.
Forma-se pela rejeição da ostra a uma areia ou outro corpo estranho que a incomode. O que significa, que uma pérola é o resultado de uma forma usada pelo molusco para isolar-se de algo que incomoda, molesta, ou é considerado um perigo para o seu entorno – o mundo.
Os grãos de areia representam tudo aquilo que é mundano e procura penetrar na ostra, deixando-a desconfortável, até conseguir expelir esses invasores.
Nessa luta incessante e à medida que crescem, as pérolas transformam-se naquela preciosidade extraordinária que pode atingir preços incalculáveis, segundo o seu tamanho, tonalidade e raridade.
Assim são os filhos de Deus, quais ostras, que na sua luta diária por expelir o pecado das suas vidas se transformam em pérolas de grande valor, pois se tornaram unos com o seu Mestre e Senhor, fundindo as suas almas com a centelha divina dentro de si, expelindo o pecado de suas vidas.
Paulo expressa essa realidade, usando uma figura maternal na gestação do filho. Eis as suas palavras: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” (Gálatas 4:19)
Saibamos que o mundo não ama aquilo que lhe é desconhecido, atacando e destruindo tudo o que possa incomodar a sua existência estabelecida.
O mundo não aprecia nem aceita quem não se encaixa na sua forma de ser e de viver.
As pérolas crescem escondidas, no recôndito de uma casca dura, e só podem ser extraídas utilizando uma navalha para as libertar.
A navalha vem e continuará a vir para libertar as suas pérolas. Cremos que é o Senhor, usando a Sua navalha, ou a espada do Espírito com todo o cuidado, utilizando a pressão certa do Seu Amor, no acto de abertura das ostras para não as estragar, nem diminuir o valor de cada filho Seu que foi forjado na “fornalha da aflição”.
Assim somos nós e assim é o nosso Deus!
Demos graças ao Senhor quando nos sentirmos comprimidos e enclausurados num sistema que nos é imposto, mas que não corresponde à nossa realidade nem àquilo que somos – Seus filhos.
Que cada um de nós seja de novo como as crianças, em busca do seu “beijinho” na areia do mundo - o seu prémio.
E também, que possamos trocar tudo o que temos e somos, para possuirmos a pérola de grande valor que é a certeza da presença do Senhor nas nossas vidas e o Reino dos Céus como promessa do Pai a todos aqueles que O elegem como seu Deus e Redentor.
A Sua palavra será cumprida, pois Ele não mente.
Continuemos a sentir a presença do Eterno nas nossas vidas, independentemente das situações em que nos encontremos.
E em tudo demos graças ao Altíssimo, que nos mantém na palma da Sua mão, guardando-nos de todo o mal.
Irmã Manuela
UM POUCO DE HISTÓRIA
GRANDES PESTES
Quando este artigo for lido pelos irmãos, é mais que provável que em Portugal já não seja obrigatório o uso da máscara, uma vez que a grande maioria da população portuguesa já estará vacinada e a pandemia do Corona Vírus mais controlada.
Infelizmente (e se os números estiveram correctos, o que duvido) houve uma mortalidade, até agora, na ordem dos quatro milhões e meio de pessoas para um universo de sete biliões de seres humanos. Em abono da verdade, a frieza dos números mostra que nem foi uma mortandade tão grande assim, uma vez que não ultrapassou 1% da população mundial.
Ao contrário de outras pestes que ocorreram ao longo da história humana, esta que ainda estamos a atravessar não é das piores. Bem longe disso. Mas, não nos esqueçamos que hoje temos ao nosso dispor ferramentas e tecnologia chamada de ponta que noutros tempos não havia.
Apesar das muitas críticas, a ciência agiu e trabalhou depressa e bem. E foi graças à(s) vacina(s) que se evitaram milhares ou mesmo milhões de mortes.
Não vamos entrar na teoria da conspiração acerca desta pandemia. Manipulada ou não, ela está no nosso meio, matou muita gente e infectou muita mais, algumas com sequelas para toda a vida.
Neste espaço não é possível falar em todas as pestes. Analisaremos algumas que consideramos as mais graves aos nossos olhos.
A mais conhecida foi sem dúvida a Peste Negra.
A Peste Negra foi a pandemia mais devastadora registada na história humana, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas, entre os anos de 1343 e 1353. Estima-se que a Peste Negra tenha originado a morte de 30% a 60% da população europeia. Segundo se apurou através de estudos fidedignos, a população mundial por essa altura rondava os 475 milhões de pessoas, sendo esta drasticamente reduzida. A peste foi originada na Ásia (coincidência com a actual?), provavelmente transportada por pulgas que viviam nos ratos que infestavam navios mercantes genoveses que provinham da Crimeia. E chegou até aqui através da chamada Rota da Seda. Foi aqui o primeiro lugar da Europa a ser atingido.
Depois seguiu o seu livre curso por todos os países europeus. Portugal foi um dos mais atingidos. A peste retornou várias vezes com surtos até ao início do século XX.
A mais significativa foi a de Londres em 1665/66.
Outra peste importante foi a chamada Gripe Espanhola.
A Gripe Espanhola foi uma pandemia que aconteceu em 1918/19, originada de uma mutação de um vírus chamado de Influenza (ainda hoje ouvimos este nome quando se fala do vírus da gripe). Não se sabe ao certo onde surgiu esta pandemia, mas a voz comum diz que terá sido na China (outra vez!) ou nos Estados Unidos.
Segundo estudos mais recentes, uma das primeiras vítimas desta doença terá sido um soldado norte-americano (vivia-se nesta altura a Primeira Guerra Mundial); e tudo isto foi abafado para não desmoralizar a moral dos combatentes da Grande Guerra.
O que se sabe ao certo é que morreram por causa desta pandemia mais de 50 milhões de pessoas. Mais uma vez, Portugal não ficou imune a esta peste.
Além destas houve muitas outras, não direi de menor importância, mas de menor impacto na vida das pessoas.
Surgiram epidemias como a Varíola, o Tifo, a Cólera, a Tuberculose, o HIV, a Gripe Suína, a Gripe Asiática e outras.
Algumas destas epidemias foram originadas por falta de higiene, má alimentação, comportamentos sexuais nada recomendáveis, enfim surgiram por deficiência/interferência humana.
À medida que as epidemias surgiam e avançavam, a ciência dava o seu melhor no sentido de arranjar um antídoto para o problema. Com os conhecimentos de cada época só depois de fazerem muito estrago é que as epidemias eram vencidas. Embora hoje já possamos considerar extintas algumas delas, é necessário estar atento a tudo o que se passa à nossa volta.
Não há muito tempo, na Suíça apareceu um caso de tuberculose quando todos pensavam que esta doença já não existia naquele país!
Mencionámos que algumas destas pestes foram provenientes da Ásia. Ora, acha-se que esta parte do mundo origina muitas destas situações devido à sua demografia, ou seja, à sua grande densidade populacional, higiene e alimentação deficiente ou exótica. Será?
Irmão Tomaz Correia
LUGAR À POESIA
Escola Primária
Encontrei-Te no esvoaçar das pombas,
Na cintura das suas sombras,
No movimento das bolas, no recreio,
No vidro da janela para onde se evadia a minha imaginação,
No corredor
E na roda que se desfez enquanto clamava, segredando,
“Meu Deus, ajuda-me! Meu Deus, ajuda-me”.
No chegar-se a mim daquela menina chamada Raquel, que nunca mais vi.
No colo do meu pai, nas festinhas que me fazia nas mãos.
Nas palavras da minha mãe e no amor da minha mãe e na atenção da minha mãe.
No a sós comigo em que a minha avó me permitiu crescer e no seu cuidado.
Na Palavra.
Na expectativa do Bom e da Redenção.
No refúgio.
Amo-te, Senhor, porque me amaste primeiro.
Irmã Abigail Ribeiro
Leia A Bíblia e ‘O Grande Evangelho de João’
“A Luz Completa”
“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) “Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.”
(O Grande Evangelho de João – volume I –)
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